Portugal perde todos os anos cerca de 180 milhões de metros cúbicos de água, o suficiente para abastecer todo o país durante três meses.
Este volume equivale ao desperdício de 12 piscinas olímpicas por hora – uma realidade que, segundo a Associação das Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente (AEPSA), exige mudanças urgentes na forma como se gere e valoriza a água.
“É aquela água que estou a captar, a tratar, a bombar para o reservatório e a mandar para a casa das pessoas e que se perde”, lamenta Eduardo Marques, presidente da AEPSA, numa excelente entrevista à agência Lusa.
As perdas verificam-se ao longo de toda a rede – condutas, ramais e reservatórios – e atingem, em média, 27% do volume total distribuído no país.
Um dos principais problemas apontados está no estado degradado das infraestruturas.
Marques reconhece que o país está a reabilitar “um oitavo do que devia”, e critica o desinvestimento ao longo dos anos.
A AEPSA defende que a solução passa por uma combinação de investimento e boa gestão.
A aposta exclusiva na reabilitação de condutas – como previsto no plano governamental “Água que Une” – não é suficiente nem eficiente.
“O que podemos poupar nas redes públicas é superior à capacidade da dessalinizadora, e não são precisos grandes investimentos. Há uma ideia errada de que só se consegue poupar nas perdas de água com reposição de condutas, mas é errado. Com gestão eficiente consegue-se reduzir as perdas a curto prazo”, afirma Marques.
Com menos chuva e um cenário de agravamento da escassez hídrica, o presidente da AEPSA não hesita: “O país tem a obrigação de ser mais eficiente”. E essa eficiência não passa apenas por grandes obras, mas também por alterações profundas no modelo de financiamento e operação do sector.
Entre as propostas da associação está o fim da dependência de subsídios e a atualização das tarifas da água, que considera desajustadas.
“No nosso entender, uma das principais razões para esta estagnação é a falta de sustentabilidade financeira da maioria das entidades do sector”, diz Marques, destacando que “cerca de dois terços das entidades gestoras em baixa não cobrem custos operacionais, sem falar dos investimentos”.
Defende, por isso, um aumento médio de 50% nas tarifas – tal como previsto no Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Gestão de Águas Residuais e Pluviais 2030 (PENSAARP2030) – e uma maior aplicação da “lei do utilizador pagador”.
No entanto, ressalva que “as tarifas não podem ser políticas, têm de ter um suporte técnico e social”, pelo que defende também a criação de uma tarifa social para os mais carenciados.
Para ilustrar o que está em causa, Marques sublinha: “Ter água e saneamento de qualidade e em quantidade, água para beber, para tomar banho, para todas as necessidades, custa 30 cêntimos por pessoa, por dia: um terço de um café”.
E deixa o aviso: “Quando uma coisa é muito barata há desperdício, não há eficiência”.
O presidente da AEPSA considera ainda que este é o momento certo para fazer mudanças estruturais no sector, aproveitando a consulta pública do novo Regulamento Tarifário da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).
“É uma excelente oportunidade” para corrigir um sector “estagnado do ponto de vista da eficiência e qualidade do serviço”.
No balanço final, Marques apela à responsabilidade coletiva.
“Nós, agentes do sector, privados, públicos, regulador, Estado, e sobretudo municípios, temos de ter capacidade de dizer às populações que a água é um bem essencial e que tem de ter um custo, que estão a pagar um bem essencial e um bem do futuro, para os seus filhos e netos,” conclui.
A entrevista de Eduardo Marques vai ao encontro da principal preocupação e foco de actividade da WiseFlow: infraestruturas hidráulicas em betão eco-eficiente com revestimento compósito para obras públicas, abastecimento de água, drenagem e saneamento.
A empresa 100% portuguesa tem alertado para a importância de combater as afluências indevidas e a ineficiência da rede do ciclo da água.
As soluções de nova geração da WiseFlow permitem eliminar drasticamente estes problemas e, ao mesmo tempo, garantir um retorno do investimento quase imediato às autarquias e entidades gestoras da água e saneamento.
O estudo desenvolvido pela WiseFlow conclui que, por exemplo, a utilização de algumas destas novas infraestruturas hidráulicas de eficiência máxima tem um payback de cerca de 1,6 anos.
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