A cidade do Porto enfrentou durante décadas um grave problema ambiental: a poluição das suas ribeiras e praias.
No entanto, através de uma série de medidas estruturais e investimentos significativos, conseguiu reverter esta situação e conquistar a prestigiada Bandeira Azul para as suas praias.
O Porto tem 10 praias Atlânticas.
São elas, de sul para norte: Praia do Carneiro, Praia do Ourigo, Praia dos Ingleses, Praia da Luz, Praia de Gondarém, Praia do Molhe, Praia do Homem do Leme, Praia do Aquário, Praia do Castelo do Queijo e Praia Internacional.
Os Desafios Ambientais e a Necessidade de Intervenção
Até ao final da década de 2000, as ribeiras do Porto encontravam-se gravemente poluídas devido à falta de ligação de muitos fogos à rede de saneamento, à existência de descargas ilegais e à infiltração de águas pluviais contaminadas.
A poluição destas ribeiras comprometia a qualidade das águas costeiras, impossibilitando a obtenção de certificações de qualidade como a Bandeira Azul.
Para enfrentar este problema, a empresa municipal Águas do Porto (AP) lançou, em 2007, um projeto ambicioso de despoluição das ribeiras, com um investimento de 10 milhões de euros, focado na ligação de 25 mil fogos à rede de saneamento e na identificação e eliminação dos grandes poluidores.
A Execução do Plano de Saneamento e Recuperação das Ribeiras
Com a implementação do plano da AP, diversas medidas foram tomadas para recuperar as ribeiras da cidade, nomeadamente:
- Ligações de habitações à rede de saneamento, reduzindo drasticamente a contaminação das águas pluviais;
- Monitorização e fiscalização das ribeiras, com a colaboração de autoridades como a GNR e a CCDRN;
- Reabilitação e requalificação de margens e cursos de água, removendo obstruções e combatendo a construção ilegal sobre as ribeiras.
Este plano seguiu o exemplo do município vizinho de Vila Nova de Gaia, que havia iniciado um projeto semelhante em 2001.
A experiência de Gaia demonstrou que uma intervenção focada no saneamento e na educação ambiental poderia resultar na melhoria significativa da qualidade da água e na conquista da Bandeira Azul para as suas praias.
Resultados Alcançados: A Conquista da Bandeira Azul
A melhoria da qualidade da água das praias do Porto começou a ser evidente em 2008, quando a praia do Homem do Leme se tornou a primeira da cidade a receber a Bandeira Azul.
Este marco representou um reconhecimento internacional dos esforços realizados para garantir águas balneares limpas e seguras.
Em 2009, o Porto obteve quatro Bandeiras Azuis e, em 2010, a AP apresentou a candidatura de sete das oito praias da cidade a esta distinção.
Paralelamente, concluía-se a ligação total da cidade à rede de saneamento, garantindo que nenhuma habitação despejava esgotos diretamente no rio Douro ou nas ribeiras.
A Importância da Colaboração Metropolitana
Apesar dos avanços alcançados, Joaquim Poças Martins, responsável pela AP, alertou para a necessidade de uma intervenção a nível metropolitano para resolver o problema da poluição do Douro.
Sem um esforço conjunto dos concelhos vizinhos, a qualidade da água do rio continuaria comprometida.
Assim, a intervenção na despoluição das ribeiras e na modernização da rede de saneamento da cidade não só beneficiou as praias do Porto, mas também contribuiu para a melhoria da qualidade da água do Douro, promovendo um ambiente mais limpo e saudável para toda a região.
O Porto conseguiu reverter um grave problema ambiental através de uma série de medidas eficazes e sustentadas.
O investimento na rede de saneamento, a fiscalização das ribeiras e a colaboração intermunicipal foram fundamentais para a recuperação da qualidade das águas balneares e para a obtenção da Bandeira Azul.
Esta conquista demonstrou que a vontade política, aliada a estratégias bem definidas e à participação da população, pode transformar de forma significativa a qualidade ambiental de uma cidade.
Uma das melhores formas de assegurar que a rede de saneamento é eficaz, resistente e durável, e são evitadas infiltrações de águas pluviais contaminadas, é através da instalação de infraestruturas hidráulicas monolíticas desenvolvidas pela WiseFlow.
Este tipo de solução, entre muitas vantagens, assegura uma melhor vedação contra líquidos, gases e contaminantes.
O resultado beneficia os cidadãos, quem visita a cidade, e, já agora, a reputação e credibilidade de gabinete de projetos, arquitetura e engenharia, de responsáveis de entidades gestoras de água e saneamento, e dos políticos que tomam decisões que transformam positivamente as localidades que administram para sempre.